Essa semana saiu uma reportagem no Jornal "O GLOBO" que merece reflexão; O que você, aluno, pode fazer para mudar esse quadro?
http://oglobo.globo.com/rio/rio-tem-segunda-maior-taxa-de-reprovacao-do-pais-4909561

BRASÍLIA E RIO — A taxa de reprovação no ensino médio brasileiro
voltou a subir no ano passado e bateu recorde, atingindo 13,1% na média
nacional. Trata-se do mais alto índice já registrado pelo menos desde
1999, primeiro ano disponível para consulta, na internet, no portal do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do
Ministério da Educação. Em situação bem pior do que a média do país, o
Rio teve uma ligeira melhora, mas manteve a posição de segundo estado
com maior taxa de reprovados do ensino médio em 2011: 18,5%. Em 2010, a
taxa fluminense era de 18,9%.
Os mais recentes indicadores de
reprovação foram divulgados na segunda-feira pelo Inep, sem alarde. Eles
levam em conta o desempenho de estudantes da rede pública e privada.
Conforme dados já divulgados pelo Inep, a taxa mais alta de reprovação
no país era a de 2007, quando 13% dos alunos de ensino médio não
passaram de ano. Nos últimos anos, essa taxa tem oscilado para cima e
para baixo. Em 2010, ficou em 12,5%.
No Brasil, 9,6% abandonam ensino médio
Se
forem consideradas apenas as escolas públicas, o quadro é ainda mais
grave. No Rio, por exemplo, o índice de reprovação em estabelecimentos
públicos alcançou 20,1%. No Brasil, não é diferente. A taxa global de
reprovação, incluindo colégios públicos e privados, foi de 13,1% em
2011. Já o índice da rede pública, que era de 13,4% em 2010, subiu para
14,1% no ano seguinte. A reprovação nas escolas particulares brasileiras
ficou na casa de um dígito no ano passado: 6,1%. Menor do que a
observada na rede privada do Rio, onde o índice foi de 9,9%.
O
único estado com taxa de reprovação maior do que a fluminense foi o Rio
Grande do Sul, com 20,7%. No extremo oposto, o Amazonas aparece com 6%, a
mais baixa do país. A taxa de reprovação aponta o percentual de
estudantes que, no fim do ano letivo, não obtém nota suficiente para
passar de ano. Existe ainda um outro grupo de alunos que também figura
nas estatísticas de matrícula, mas não consegue avançar: são os jovens
que abandonam a escola. Em 2011, no país, 9,6% largaram os estudos. Em
2010, essa taxa tinha sido maior: 10,3%.
A soma de reprovação e
abandono gera um número assombrador, isto é, a quantidade de alunos que
aparecem nas estatísticas de matrículas, mas não conseguem avançar. Em
2011, nada menos do que 22,7% dos jovens do ensino médio ficaram nessa
situação. Dito de outra forma, a taxa de aprovação, portanto, foi de
77,3% no ensino médio, em 2011.
No Rio, a taxa de aprovação no
ensino médio foi menor: 71,4%. Dentre os estudantes fluminenses, 10,1%
abandonaram a escola e 18,5% foram reprovados, totalizando 28,6%. No
ranking nacional, o estado aparece em 23º lugar em aprovação, na frente
apenas de Rio Grande do Sul, Pará, Mato Grosso e Alagoas. O melhor
desempenho foi de Santa Catarina, com 84,5%.
Passando por um
momento de reestruturação, a rede estadual do Rio, que concentra a maior
parte das matrículas de ensino médio, tenta lutar contra os fantasmas
da repetência e do abandono. Aluno do Colégio Estadual Olavo Bilac, em
São Cristóvão, Jemerson Valente, de 20 anos, conta que desde os 14 teve
que conciliar a rotina de estudos com a de trabalho, numa padaria perto
de casa. Ele repetiu a 1ª série do ensino médio nada menos do que cinco
vezes. Mas este ano se prepara para se formar, através de um projeto de
aceleração de estudos, parceria da Secretaria de Educação com a Fundação
Roberto Marinho.
— Meu sonho é cursar gastronomia — afirma ele.
Também
aluna do Olavo Bilac, Érica Lino, de 18 anos, passou por várias
repetências no ensino fundamental, mas também encontrou no processo de
aceleração escolar um caminho.
— Quero ser modelo, mas sei que preciso completar o ensino médio — diz a jovem, com altura e peso dignos de passarela.
No
ensino fundamental, ocorreu movimento inverso ao do ensino médio. A
taxa de reprovação no Brasil caiu de 10,3% para 9,6%, entre 2010 e 2011.
O índice de abandono também diminuiu de 3,1% para 2,8%, no mesmo
período. No Rio, o índice de reprovados teve diminuição de 15% para
13,1%, entre 2010 e 2011. Com isso, o Rio passou a ser o nono estado com
taxa mais alta de reprovação no fundamental. Em 2010, tinha o quinto
maior índice do país. Sergipe tem a maior taxa, com 19,5% de reprovação
no ano passado. Já Mato Grosso, a menor, com 3,6%. A taxa de abandono no
Rio caiu de 2,6% para 2,1%.